Confira o perfil das 6 grandes bancas examinadoras de concursos públicos: Fundação Carlos Chagas, Cesgranrio, Cespe, FGV, Vunesp e Esaf
Por Camila Pati
São
Paulo – Professores e especialistas em concursos
públicos são unânimes em afirmar que conhecer as
particularidades da banca examinadora conta pontos a favor dos concurseiros.
“O
candidato que conhecer o estilo da banca, suas exigências e nível de
dificuldade, estará mais preparado para a prova, fugindo de erros e surpresas”,
diz Pedro Moura, presidente do Grupo Nova, especializado em material didático
para concursos.
Pensando
nisso Exame.com foi investigar o perfil das seis principais bancas
examinadoras. Confira as características mais marcantes de cada uma delas e as
dicas para se dar bem na suas seleções para a carreira
pública:
1 Fundação Carlos
Chagas (FCC)
Realiza
concursos federais, estaduais e também municipais. As questões geralmente são
bastante objetivas, e mesmo que sejam extensas, não têm muito mistério, segundo
Isis Cordiola Agostin, revisora do grupo Nova.
Candidatos
devem ficar atentos com as provas deportuguês e de direito que são bem
equilibradas e exigem um grau de análise e conhecimento literal às leis. “Em
Direito, a FCC cobra bastante letra da lei em questões que podem apresentar
casos”, diz ela.
Geralmente
nenhum item do edital é deixado de fora da prova. A apresentação das questões é
objetiva. Uma “pegadinha” que pode atrapalhar os concurseiros mais desatentos
está nos enunciados das questões de múltipla escolha. “Eles costumam pedir para
o candidato assinalar a alternativa incorreta, e acabam pegando muita gente
nesse detalhe”, diz Isis.
Dica:
Decore leis
e treine bastante a escrita de redações. “É interessante o candidato praticar
com provas anteriores porque a forma da questão geralmente é a mesma, não muda
muito de um concurso para outro”, indica Isis.
2 Centro de Seleção e
de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe)
É,
de longe, a mais temida pelos concurseiros. Realiza concursos do Banco do Brasil
e é a banca examinadora do concurso de analista e técnico do Banco Central, que
está com inscrições abertas.
“As
questões são multidisciplinares e complexas”, diz Isis. A prova de português
geralmente é bastante longa e cansativa, segundo ela.
O
Cespe aposta em questões em que é preciso assinalar certo e errado nos
enunciados e isso pede atenção redobrada dos candidatos. Isso porque a banca
anula a questão inteira se o concurseiro errar apenas parte da resposta. “Por
isso, é melhor evitar chutes porque há risco de diminuir os pontos”, diz a
revisora do Grupo Nova.
Além
disso, os concurseiros devem estar afiados em atualidades. “O Cespe cobra muita
jurisprudência, ele querem que o candidato esteja sempre muito atualizado”, diz
ela.
Dica:
Pratique a leitura rápida e concentrada para não perder muito tempo de prova
lendo enunciados. “Isso só é possível com muito treino”, lembra Isis. Aposte em
simulados com perguntas de alternativas.
3 Cesgranrio
Costuma
realizar os concursos da Petrobras, de bancos, do IBGE e atualmente está
fazendo a seleção da Liquigás.
O
nível de cobrança é médio e é conhecida como uma banca metódica com provas separadas
por matérias. “As questões são parecidas com as da Fundação Carlos Chagas, com
a cobrança de texto de lei e enunciados não tão complexos quanto os do Cespe”,
diz Isis.
Aposta
e gráficos e imagens nas questões de atualidades, raciocínio e de interpretação.
“A prova de inglês é considerada difícil, e o candidato deve ficar atento às questões de interpretação de texto”, diz Isis.
“A prova de inglês é considerada difícil, e o candidato deve ficar atento às questões de interpretação de texto”, diz Isis.
Dica:
Pratique com provas de concursos anteriores, a banca costuma cobrar questões
antigas.
4 Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Faz
concursos de câmaras municipais, da Polícia Civil do Rio de Janeiro e
secretarias. É a banca responsável pela prova da OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil).
“É uma banca imprevisível, não tem padrão, munda muito de uma prova para outra”, diz Isis. Mas, ela destaca algumas características que são mais frequentes. “Traz texto longos para interpretação de texto e gramática. Na parte de direito tem cobrado casos práticos e, questões multidisciplinares envolvendo também texto de lei”, diz Isis.
Dica:
Estude bastante o edital, não deixe nenhum item de fora. “Pode cobrar até nota
de rodapé”, diz Isis. Preste atenção às bibliografias exigidas porque elas são
cobradas também. Aposte em exercícios variados.
5 Vunesp
Responsável
pelos concursos da Polícia Civil paulista, tribunais de justiça, Cetesb,
prefeituras paulistas, entre outros. Em setembro, os candidatos do concurso do
Detran vão realizar provas elaboradas pela Vunesp.
“A
prova de português costuma ser bastante elementar, cobra bastante gramática,
mas pode ser que uma ou outra questão seja mais complexa. Em Direito o
candidato deve conhecer bem o texto da lei”, diz Isis.
Segundo
ela, os concurseiros devem ficar atentos já que o perfil da Vunesp tende a
mudar. “Ainda é uma prova tranquila, mas estão querendo complicar um pouco”,
diz.
Dica:
Aposte no texto de lei e no estudo de gramática e resolva provas anteriores
para perceber melhor o estilo das questões.
6 Esaf
Também
costuma deixar os concurseiros de cabelo em pé. Faz concursos da Fazenda e Tesouro Nacional.
“É uma banca polêmica que traz temas em que não há consenso entre os
doutrinadores. Diante disso, seus concursos acabam tendo volume de recursos o
que podee até atrasar o andamento da seleção”, destaca Isis.
As
questões são bem elaboradas e complexas, com estudo de casos em direito e
cobrança da letra de lei. “Candidato tem que estar bastante preparado, porque o
grau de dificuldade é de médio para alto”, diz.
Dica:
Como a banca não costuma cobrar todos os itens do edital, fazer provas de
concursos anteriores é uma boa maneira de direcionar seus estudos para os
conteúdos que aparecem mais frequentemente, de acordo com Isis.
O Direito Revisto – Ago/13
Publicado originalmente em: Exame.com
Imagem: Reprodução Google
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