Tese de mestrado avaliou que hiperativos podem ir além do
tradicional nos estudos
Uma pesquisa defendida como tese de mestrado por um
psicólogo gaúcho apontou um dado interessante: de um grupo de candidatos ao
exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), uma parte dos aprovados na
primeira fase tinha sintomas de transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH).
O estudo, de autoria do psicólogo e mestre em cognição humana, Fernando Elias José, foi defendido no programa de pós-graduação em psicologia da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) em 2012. A pesquisa ouviu 117 estudantes ou bacharéis de direito que faziam cursos preparatórios.
— Nos aprovados, a tendência que encontrei é a de serem um pouco mais hiperativos do que a média. Foi um dado que chamou a atenção, porque normalmente o hiperativo não está focado para fazer um prova. [Mas] A gente parte do pressuposto que esse candidato é o que durante o estudo, não se conformou com o bê-a-bá e foi atrás de mais informações.
O estudo, de autoria do psicólogo e mestre em cognição humana, Fernando Elias José, foi defendido no programa de pós-graduação em psicologia da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) em 2012. A pesquisa ouviu 117 estudantes ou bacharéis de direito que faziam cursos preparatórios.
— Nos aprovados, a tendência que encontrei é a de serem um pouco mais hiperativos do que a média. Foi um dado que chamou a atenção, porque normalmente o hiperativo não está focado para fazer um prova. [Mas] A gente parte do pressuposto que esse candidato é o que durante o estudo, não se conformou com o bê-a-bá e foi atrás de mais informações.
Fernando
avalia ser fundamental ao candidato entender que é importante que haja um certo
nível de tensão e estresse. O fundamental, porém, é administrar esse nível.
O psicólogo cita a lei de Yerkes-Dodson, desenvolvida em 1908 pelos psicólogos Robert M.Yerkes e J.D.Dodson, que estabelece uma relação empírica entre a tensão e a performance.
— Você tem de estar em um nível de estresse mediano para poder ter uma performance excelente. E esse nível mediano vem da credibilidade [do que estudou], de saber o que está fazendo, de apostar na sua capacidade. Essa credibilidade e o nível médio de estresse são necessários [...] Me deparei com pessoas muitas vezes prontas só que com nível de estresse mais elevados do que precisariam pra ser aprovado. É importante se conhecer para chegar a esse estresse mediano.
Elias lembra que para se chegar ao nível "ideal" de estresse é preciso se conhecer. Ele defende que a tensão e o estresse são condições normais do candidato que está diante de um concurso com o significado da OAB — sem a aprovação, o bacharel não pode atuar em nenhuma das áreas da carreira jurídica.
O psicólogo cita a lei de Yerkes-Dodson, desenvolvida em 1908 pelos psicólogos Robert M.Yerkes e J.D.Dodson, que estabelece uma relação empírica entre a tensão e a performance.
— Você tem de estar em um nível de estresse mediano para poder ter uma performance excelente. E esse nível mediano vem da credibilidade [do que estudou], de saber o que está fazendo, de apostar na sua capacidade. Essa credibilidade e o nível médio de estresse são necessários [...] Me deparei com pessoas muitas vezes prontas só que com nível de estresse mais elevados do que precisariam pra ser aprovado. É importante se conhecer para chegar a esse estresse mediano.
Elias lembra que para se chegar ao nível "ideal" de estresse é preciso se conhecer. Ele defende que a tensão e o estresse são condições normais do candidato que está diante de um concurso com o significado da OAB — sem a aprovação, o bacharel não pode atuar em nenhuma das áreas da carreira jurídica.
Tensão além do necessário
Shirlei de Oliveira Silva, de 22 anos, faz parte do contingente de candidatos que tenta a aprovação no exame da ordem pela segunda vez.
Ela confessa ter sido atrapalhada pelo nervosismo no primeiro exame. Agora, tenta administrar a tensão e confiar no que tem estudado no cursinho preparatório, cujo custo, somado a alimentação e transporte mais a faculdade, chega a R$ 2.500 em três meses.
— O que pesa muito é o psicológico, a cobrança pessoal depois que você estudou muito tempo. A prova tem muitas pegadinhas que colocam você em dúvida sobre as regras e exceções. A primeira prova que prestei não era tão difícil assim, o que me prejudicou mesmo foi o nervosismo.
O psicólogo defende que a provação não depende exclusivamente do quanto o candidato sabe, mas de como ele administra a tensão e a ansiedade e o quanto conhece de si mesmo.
— Quem passa não é quem necessariamente sabe mais, mas quem tem condições de lidar com a emoção na hora da prova, junto com o conhecimento que adquiriu.
Shirlei demonstra confiança para a prova do próximo domingo.
— Estou confiante que dessa vez eu passo. É preciso acreditar em você mesmo. O apoio da família também é muito importante. A dica que deixo é que o candidato dê o seu melhor. E relaxar, porque se não passar nesse logo tem outro exame. A OAB não mede o conhecimento, e não vem registrado na sua carteira quantas vezes você teve que prestar o exame.
Para os dias que antecedem a prova, Fernando Elias sugere a revisão de parte do conteúdo e descansar na véspera.
— É importante ter tranquilidade para rever algumas coisas, mas sem entrar em desespero.
Shirlei de Oliveira Silva, de 22 anos, faz parte do contingente de candidatos que tenta a aprovação no exame da ordem pela segunda vez.
Ela confessa ter sido atrapalhada pelo nervosismo no primeiro exame. Agora, tenta administrar a tensão e confiar no que tem estudado no cursinho preparatório, cujo custo, somado a alimentação e transporte mais a faculdade, chega a R$ 2.500 em três meses.
— O que pesa muito é o psicológico, a cobrança pessoal depois que você estudou muito tempo. A prova tem muitas pegadinhas que colocam você em dúvida sobre as regras e exceções. A primeira prova que prestei não era tão difícil assim, o que me prejudicou mesmo foi o nervosismo.
O psicólogo defende que a provação não depende exclusivamente do quanto o candidato sabe, mas de como ele administra a tensão e a ansiedade e o quanto conhece de si mesmo.
— Quem passa não é quem necessariamente sabe mais, mas quem tem condições de lidar com a emoção na hora da prova, junto com o conhecimento que adquiriu.
Shirlei demonstra confiança para a prova do próximo domingo.
— Estou confiante que dessa vez eu passo. É preciso acreditar em você mesmo. O apoio da família também é muito importante. A dica que deixo é que o candidato dê o seu melhor. E relaxar, porque se não passar nesse logo tem outro exame. A OAB não mede o conhecimento, e não vem registrado na sua carteira quantas vezes você teve que prestar o exame.
Para os dias que antecedem a prova, Fernando Elias sugere a revisão de parte do conteúdo e descansar na véspera.
— É importante ter tranquilidade para rever algumas coisas, mas sem entrar em desespero.
* Colaborou Jéssica
Rodrigues, estagiária do R7
O Direito Revisto – Ago/13
Publicado originalmente em: R7
Imagem: Reprodução Google
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