G1 teve
acesso a depoimento exclusivo em que homem fala do transtorno.
Especialistas comentam a falta de tratamentos que podem evitar crimes.
Especialistas comentam a falta de tratamentos que podem evitar crimes.
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Marcos*
tem 52 anos, dois filhos adolescentes, uma esposa e um emprego. Ele também tem
culpa - a culpa de quem cometeu um crime e teve que ir para a cadeia para
perceber que precisava de ajuda. A culpa de quem tem uma doença que é associada
quase automaticamente a um crime: pedofilia, termo médico para o desejo sexual
por crianças.
Com
a voz trêmula, Marcos agradece a Deus por ter a família perto. No depoimento
obtido com exclusividade pelo G1,
ele fala do medo de não conseguir se controlar, “de virar um pervertido”. O
impulso começou na adolescência. “Eu achava que era normal para todas as
pessoas.” Há cerca de dez anos, Marcos passou a acessar mais a internet e tudo
piorou. “Fiquei um viciado nesse tipo de site. Como eu posso dizer? Eu virei um
visitante, comecei a colecionar figurinhas. Comecei a ver vídeos de sexo
envolvendo crianças.”
Rastreado
pela Polícia Federal, Marcos foi preso em flagrante por ter vídeos de pedofilia
em seu computador. Segundo dados da PF fornecidos pela ONG SaferNet Brasil, de
1999 a 2013 ocorreram 333 prisões por esse delito. Só no ano passado, foram 860
inquéritos e 134 prisões em flagrante por posse ou consumo de pornografia
infantil.
O
Direito Revisto – Set/14
Publicado
originalmente em: G1
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