Por Prof. Vitor Cruz
Desde
que adentrei neste "prazeroso" mundo do estudo para concursos, há
quase uma década, eu cometi diversos erros na preparação, hoje trabalho para
tentar facilitar um pouco a vida de nossos colegas de sofrimento.
O
primeiro erro que cometi foi não ter parado para ler artigos como esse que vos
escrevo.
É
importante que o candidato comece ouvindo ou lendo experiências de quem já
viveu essa realidade, daqueles que foram aprovados no concurso que você almeja.
10
minutos que você perde lendo um artigo, buscando uma bibliografia ideal, ou
assistindo uma palestra, ou até mesmo lendo um livro de alguém reconhecido por
seus métodos de preparação poderá significar uma economia de meses ou anos de
estudo incorreto.
Como
eu disse, eu já comecei errado, partindo logo para um cursinho básico e
comprando as apostilas dos professores sem nem saber do que se tratava.
O
planejamento é a chave para qualquer sucesso, planejar é se projetar no local
onde se almeja e verificar detalhadamente o caminho que deve ser seguido para
chegar lá.
Vale
aquele famoso ditado: para quem não sabe onde quer chegar, qualquer lugar
serve. Estabeleça um foco, trace um caminho (bem fundamentado) e corra atrás.
Em
minha jornada de 4 anos como concurseiro, embora me preparasse incessantemente
de Segunda a Sábado (às vezes até domingo), eu prestei apenas 5 concursos. Aqui
está o 2º erro, devia ter prestado bem mais, pois quando corremos atrás de um
edital, acumulamos muito mais conhecimento e em muito menos tempo...
...descobri isso tarde!
(Como
já foi dito, o que vou escrever aqui pode ser adaptado para outras matérias,
observando é claro a peculiaridade de cada uma delas. Mas, em essência, é algo
que é válido para qualquer estudo para concurso).
Primeiramente,
vou expor algumas palavras transcritas da minha obra "Constituição Federal
Anotada para Concursos":
O
estudo para concursos difere do estudo acadêmico, não pela profundidade – já
que muitas vezes é até maior –, mas por ser pautado em uma regra básica, a qual
é resumida a uma única palavra: eficiência.
A
eficiência à qual nos referimos significa basicamente: acertar o máximo possível
das questões cobradas, se preparando com o menor esforço e o menor dispêndio de
tempo possível.
Não
confunda “menor esforço possível” com “vida fácil”, a aprovação em concursos
requer comprometimento, esforço, perseverança. Porém, não é necessário que levemos
anos e anos nesse ritmo para que alcancemos a aprovação.
Antes
de passarmos às dicas efetivas para que os estudos sejam iniciados, reflita
sobre a frase:
“Não
passa em concursos quem estuda mais, passa quem estuda melhor: usando o
material adequado e estudando com o enfoque correto.”
Então,
temos que o estudo para concursos é pautado em dois pilares básicos = FOCO +
MATERIAL ADEQUADO.
Após
anos analisando o meu rendimento, analisando o rendimento de meus amigos, e
depois analisando o rendimento de meus alunos, eu descobri que o estudo para
concursos tem uma "fórmula para o sucesso", um lugar comum a todos os
"grandes concurseiros" e que é ignorado por muitos.
Não...
eu não estou falando daquela "REGRA 1 e 2" não... (para quem não
sabe: Regra 1 = estudar ; Regra 2 = não esquecer a Regra 1).
A
"fórmula do sucesso" vai um pouco além, ela está dentro dessas regras
1 e 2, e seria:
"Alto
Rendimento = efetivo conhecimento da literalidade das normas + treinamento
(resolução incansável de questões)".
Com
certeza você conhece alguém que está há anos estudando para concursos e não
consegue lograr êxito. Eu conheço VÁRIOS, e o principal erro que percebi é que
tais pessoas apoiam o seu estudo basicamente na leitura de livros teóricos e
deixam de lado a PRINCIPAL PARTE: ler a Constituição e resolver questões
anteriores (principalmente as questões comentadas).
Livros
teóricos são importantes: SIM, MUITO, Recomendo que todos tenham pelo menos 1
bom livro teórico da matéria!!! Mas, os livros teóricos ou doutrinários devem
servir para orientação, direcionamento ou aprofundamento, não como foco
principal de estudo. O foco principal é "ler a constituição + treinar
(resolver questões)".
·
A
resolução de questões anteriores é ainda mais importante, eu arrisco a dizer
que é a parte mais importante do estudo, pois é na resolução de questões fixar
o conhecimento daquilo que você estudou, estimulando o cérebro a funcionar e
armazenar aquela informação.Nas questões você poderá ainda aprender
literalidades, doutrinas e jurisprudências que você não estudou, ou que
passaram despercebidas. Daí a importância das questões serem comentadas.
Vou
colocar aqui outro trecho do meu livro "Constituição Federal Anotada para
Concursos":
Lembre-se:
todo candidato de alto nível deve ter amplo domínio da literalidade das normas.
Na dúvida entre estudar a norma (no caso, a Constituição) ou estudar o que a
doutrina dispõe sobre ela, dê preferência ao estudo da norma, pois será daqui
que sairão a maioria das questões. O maior erro cometido por muitos candidatos
é não se preocupar em ler efetivamente a Constituição.
Outro
ponto que merece destaque é que se deve evitar, ao máximo, errar em concursos:
a)
Questões literais da Constituição – Para isso, é de extrema importância o delineamento
dos artigos cobrados pelo edital do concurso.
b)
Questões repetidas de outro concurso – Para isso, é importante a resolução das
questões dos concursos anteriores da banca examinadora. Toda banca examinadora
repete questões em seus concursos, ainda que com adaptações.
c)
Questões que expõem a literalidade das súmulas – Por este motivo, expus uma
relação das súmulas de maior relevância ao final desta obra.
d)
Questões baseadas em “novidades” – Toda “novidade” (advento de uma nova emenda
constitucional, alteração recente em alguma legislação relevante para o
concurso, edição de uma nova súmula vinculante...) é carta certa nos concursos,
desta forma, é interessante que o candidato mantenha-se atualizado e
principalmente atento a estas novidades.
Primeiro
vamos rever as premissas:
1-
É importante ter um bom livro teórico, embora ele não deva ser o foco principal
do estudo.
2-
Não existe concurseiro de alto nível que não conheça a Constituição melhor do
que o endereço de casa.
3-
Resolver questões é a principal parte do Estudo.
Vou
passar agora a cronologia "ideal" de um estudo para uma pessoa leiga.
Adapte essa cronologia para a sua situação:
1º Passo = Conhecer do que se trata a matéria:
Se
você é leigo, não sabe o que terá pela frente no estudo, você deve começar a
estudar "conhecendo a matéria". Para conhecer a matéria você tem
diversas ferramentas, escolha uma delas, não precisa de todas não:
a)
Fazer um curso básico - é uma opção, embora não seja necessário.
b)
Ler algum resumo - No site www.nota11.com.br você tem acesso a todos os resumos
que irá precisar.
c)
Você pode ainda, se preferir, usar o seu próprio livro teórico ou Constituição
Anotada, e assim, você deve passar os olhos nos principais capítulos - que em
constitucional são:
–
Princípios fundamentais (art. 1º ao 4º).
–
Direitos Fundamentais (art. 5º ao 17º) – com ênfase nos artigos 5º e 7º.
–
Organização do Estado (art. 18 ao 24).
–
Administração pública (art. 37 ao 41).
–
Organização dos poderes – ênfase aos artigos 44 ao 52, art. 76 ao 84 e art. 92
ao 102.
2º Passo = Ler a Constituição e resolver incansavelmente
questões.
Agora
que você já conhece a matéria, chegamos no corpo principal do Estudo. Você está
apto a enfrentar de cara a literalidade e as questões.
Não fique com medo de resolver questões! Esse é o momento
de errar. Cada erro é um aprendizado novo.
Um erro muito cometido pelos candidatos é deixar para resolver
questões só quando se sentirem seguros sobre a matéria. Em concursos, o estudo
reverso é mais importante, ganha-se segurança na matéria resolvendo questões.
3º Passo = Aprofundamento:
A
parte do aprofundamento chega quando você percebe que as questões de concurso
para o nível do cargo que você está querendo prestar estão mais difíceis do que
você consegue responder com a simples literalidade, ou quando são questões
doutrinárias e jurisprudenciais que fogem da simples leitura da norma.
Agora
é hora de você pegar o seu livrinho teórico e aprofundar naquele ponto
específico da dificuldade.
P.S
- Nunca deixando de resolver questões. Questões se resolvem TODOS OS DIAS!.
4º Passo = Pós-edital:
Agora
que saiu o edital, você tem que fazer uma coisa - delinear quais são os artigos
da Constituição abrangidos pelo edital. Não vá para prova sem ter certeza que
você conhece exatamente cada dispositivo constitucional que está dentro do
edital.
Se
tiver algum outro tema que você não tenha estudado, busque no livro, mas
lembre-se que o ideal é que quando o edital sair você já tenha visto toda a
matéria que ele cobra e assim possa estudar com a seguinte dobradinha:
Resumo
dos principais pontos + Resolução de questões.
O
ideal é esse, que você não precise mais abrir um livro teórico após o edital,
só se for para tirar dúvidas. O ideal é que você apenas fixe o conhecimento
aprendido e se faz isso lendo resumos e resolvendo as questões dos temas
cobrados pelo edital.
5º Passo = Comemorar a aprovação.
Meu
amigo concurseiro... se você foi um bom garoto, se comportou e seguiu isso que
eu expus... é CERTO que você chegará aqui neste 5º passo. Pode até ser que não
seja em seu primeiro concurso, mas esse objetivo não vai tardar... pode
confiar.
Grande
abraço e excelentes estudos.
O Direito Revisto – Jun/13
Publicado
originalmente em: Nota11
Imagem: Reprodução Google
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