sexta-feira, 7 de junho de 2013

Motivar para se Concentrar e se Concentrar para Aprender!

Por Prof. Rogerio Neiva

Existem duas ideias fundamentais que precisam ser compreendidas por quem está se preparando para concursos públicos e exames, ou mesmo por qualquer pessoa que pretenda estudar com o objetivo de se apropriar intelectualmente do objeto de conhecimento estudado. A primeira é que a concentração e a atenção são fundamentais para o alcance desta finalidade. A segunda é que a motivação com o que se estuda é determinante para a atenção.

Portanto, sem atenção não há apropriação da informação estudada. E sem motivação a atenção pode ficar comprometida. Daí é fundamental trabalhar estratégias para aumentar a motivação, de modo a melhorar a atenção e a concentração. 

Conforme sustenta Eric Kandel, ganhador de Premio Nobel e uma das maiores autoridades no mundo sobre o tema da memória, “…a atenção voluntária é evidentemente um processo consciente nas pessoas…prestarei atenção conscientemente quando precisar aprender o caminho da minha casa em Riverdale até a casa de meu filho Paul, em Westchester. Mas colocarei meu pé no breque automaticamente se, de repente, um carro me fechar quanto estiver dirigindo na estrada…a conversão da memória de curto prazo para memória de longo prazo requer a ativação dos genes, e em cada uma delas os transmissores modulatórios parecem carregar um sinal atencional marcando a importância de um estímulo….” (Em busca da memória. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, pá. 342).

Não é difícil constatar que esta relação entre motivação e atenção, bem como da atenção com a memória, tem um aspecto inclusive de natureza evolucionista. Ou seja, nossos ancestrais para sobreviverem aos predadores precisaram desenvolver este mecanismo.

Portanto, a primeira ideia importante é compreender e tomar consciência deste processo. Como tenho dito reiteradamente, a verdade nos liberta! Daí porque a minha preocupação e crítica com os especialistas (sem especialização) em preparação para concursos, que desenvolvem soluções com base em achismos, isto quando não estão propondo fórmulas mágicas, sem base científica e não testadas de maneira rigorosa.

E além de nos libertar, a compreensão da verdade e a tomada de consciência nos ajuda a desenvolver estratégias. 

Com isso, a partir de agora, você passa a ter duas obrigações: (1) se perceber, no sentido de avaliar o nível de atenção que está tendo em relação a cada matéria, e se questionar como anda a sua motivação com esta mesma matéria; (2) constatada a dificuldade de motivação, você deve começar a pensar em estratégias para reverter este cenário. 

Quanto às estratégias, a título de sugestão, uma primeira possibilidade seria tentar minar as eventuais resistências, o que é perfeitamente compreensível e natural.

No âmbito do Direito, por diversos motivos – que não vou nem abordar, pois daria no mínimo uma dissertação de mestrado em psicologia e educação, tenho uma afinidade maior com o Direito e Processo do Trabalho, bem como com o Direito Administrativo. Mas não obstante os diversos possíveis motivos, há um determinado ângulo que permite entender facilmente esta afinidade, envolvendo o aspecto profissional, pois sou Juiz do Trabalho há alguns anos e antes fui Procurador de Estado e Advogado da União.

No entanto, quando me deparo com um tema de outra área, inclusive do Direito, quanto a qual começo perceber certa dificuldade ou resistência, minha primeira estratégia é de “ir para cima” da matéria, de modo a quebrar a resistência. Neste sentido, um primeiro passo é tentar identificar de onde vem a resistência, o que geralmente decorre da dificuldade com algum conceito importante para a compreensão da matéria.

E no caso, as vezes é preciso dar um passo atrás, e voltar ao ponto no qual há este precariedade. Recentemente passei por isto ao estudar um tema sobre orçamento público.

Mas para ajudar ainda mais, sugiro também a leitura de texto que trata exatamente de estratégias para quebrar a resistência com determinadas matérias (clique aqui para ler Aceitar paraAprender).

Por outro lado, ainda na perspectiva de aumentar a motivação com determinada matéria quanto a qual há dificuldade, outra estratégia consiste em procurar identificar os benefícios que podemos obter com este estudo, independente da preparação para o concurso. Neste sentido, é muito importante a leitura de texto que aborda o “como trabalhar o prazer em aprender” (clique aqui para ler O Prazer emAprender).

Portanto, o mais importante é que se tome consciência da relação que há entre a motivação e a concentração e a concentração e a aprendizagem. E a partir daí, com esta tomada de consciência, procure trabalhar estes relevantes fatores para o êxito nas provas.
Boa motivação, boa concentração e boa aprendizagem!

O Direito Revisto – Jun/13
Publicado originalmente em: Blog Prof. Rogerio Neiva

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