Por Lia Salgado - G1
Conheça as dificuldades e
desafios para quem se prepara para concurso.
Lia Salgado dá dicas de como organizar o tempo e a revisão do conteúdo.
Lia Salgado dá dicas de como organizar o tempo e a revisão do conteúdo.
1º PASSO: Como
preparar um plano de estudo
Ter clareza de quais são os horários de estudo – e quais não são – permite uma redução do nível de cobrança sofrido pelo candidato. Isso pode ser feito a partir da elaboração de um quadro mensal com as atividades obrigatórias que a pessoa tem a cada dia (trabalho, aulas e outros afazeres). Importante anotar ali feriados e compromissos eventuais já assumidos, para que fique evidente qual é o tempo disponível para o estudo.
Ter clareza de quais são os horários de estudo – e quais não são – permite uma redução do nível de cobrança sofrido pelo candidato. Isso pode ser feito a partir da elaboração de um quadro mensal com as atividades obrigatórias que a pessoa tem a cada dia (trabalho, aulas e outros afazeres). Importante anotar ali feriados e compromissos eventuais já assumidos, para que fique evidente qual é o tempo disponível para o estudo.
A
partir daí, considerando o tempo que será dedicado ao estudo, o candidato
poderá distribuir as disciplinas, buscando colocar todas a cada semana ou, no
máximo, a cada quinzena - para que nenhuma fique muito tempo sem ser vista -,
lembrando de deixar intervalos a cada hora e meia ou duas horas de estudo.
Mas
o quadro de estudo é um norteador, um ideal a se buscar. Não há motivo para
desânimo caso algo saia do controle – isso é natural, afinal, a vida é
dinâmica. De toda forma, o objetivo é sempre tentar cumprir da melhor forma
possível a meta estabelecida.
Veja
aqui detalhadamente como
preparar o seu plano de estudos.
2º PASSO: Quando aumentar (ou reduzir) o tempo de estudo
Um dos benefícios do quadro de horários é o candidato saber que o tempo de estudo tem hora de acabar, ou seja, é uma meta finita. Isso facilita o comprometimento.
Um dos benefícios do quadro de horários é o candidato saber que o tempo de estudo tem hora de acabar, ou seja, é uma meta finita. Isso facilita o comprometimento.
Mas
há situações em que o candidato está motivado e percebe que teria condições de
estudar por mais tempo do que o estabelecido. Se isso acontecer regularmente,
talvez seja o momento de aumentar um pouco o período de estudo no quadro de
horários (desde que não comprometa horário de sono ou outros compromissos).
O
inverso também pode acontecer: o candidato estabeleceu determinada duração para
o estudo, mas observa que não consegue render ao final do período. Se isso
acontecer regularmente, talvez seja melhor alterar o quadro de horários,
reduzindo o tempo de estudo até ter reais condições de aumentá-lo novamente.
Isso evitará a sensação de frustração por não cumprir a meta, que pode ter
resultados desastrosos no longo prazo.
3º PASSO: Como vencer preguiça, cansaço, inércia e
começar a estudar
O desejo de conquistar uma vida melhor já deveria ser o suficiente, mas sabemos que as coisas nem sempre funcionam assim. Além disso, muitas vezes o concurseiro trabalha o dia todo e precisa reunir forças para iniciar um segundo turno de atividade (estudar).
O desejo de conquistar uma vida melhor já deveria ser o suficiente, mas sabemos que as coisas nem sempre funcionam assim. Além disso, muitas vezes o concurseiro trabalha o dia todo e precisa reunir forças para iniciar um segundo turno de atividade (estudar).
Ter
uma meta estabelecida para o dia ajuda bastante - como um atleta que já sabe
qual será o treino do dia. Para isso, a planilha de treinos é essencial e, no
caso, dos concursos públicos, estamos falando do quadro de estudos com horários
e matérias, que comentamos no “1º Passo”. É mais simples cumprir algo já
definido do que decidir na hora, quando outros fatores podem interferir
desfavoravelmente.
Assim,
é preciso dar cada pequeno passo, um de cada vez, e evitar as distrações do
caminho: acordar na hora combinada e fazer apenas o que for preciso para
iniciar os estudos (alimentação, banho, troca de roupa). Para quem ainda não
criou o ritmo, ligar computador ou TV antes do estudo é um risco enorme - o que
o candidato imaginava serem apenas alguns minutos de pesquisa ou relaxamento
tende a se prolongar indefinidamente e um período inteiro de estudo poderá ser
perdido. O mesmo acontece para quem estuda à noite, após o trabalho.
Mas
a preparação para concurso é similar à preparação de um atleta. O ritmo é
construído com o tempo e com a continuidade. Ainda assim, há períodos em que o
candidato está mais comprometido e outros em que fatores diversos interferem no
cumprimento do plano. O importante é seguir sempre, em maior ou menor ritmo.
4º PASSO: Como manter o interesse durante os estudos
Quase todo candidato tem aquelas matérias preferidas – as que ele mais sabe - e as “odiadas” – aquelas que considera mais difíceis. O curioso é que, mesmo sabendo que a prova cobrará todas elas, o candidato termina estudando mais as que mais sabe e deixando para trás as outras. O plano de estudo ajuda a corrigir essa tendência e até a invertê-la: o ideal é dedicar mais tempo ao que menos se sabe.
Quase todo candidato tem aquelas matérias preferidas – as que ele mais sabe - e as “odiadas” – aquelas que considera mais difíceis. O curioso é que, mesmo sabendo que a prova cobrará todas elas, o candidato termina estudando mais as que mais sabe e deixando para trás as outras. O plano de estudo ajuda a corrigir essa tendência e até a invertê-la: o ideal é dedicar mais tempo ao que menos se sabe.
Outro
fator é que o cérebro obedece aos comandos recebidos, sem questionar. Então, é
mais produtivo olhar para todas as matérias como passaportes para a vaga, sem
carimbá-las com a marca da rejeição, que será captada pelo cérebro e só tornará
tudo mais difícil.
O
estudo dinâmico ajuda a superar as distrações e, para isso, a resolução de
exercícios – com consulta – logo após a leitura da teoria faz com que o
candidato compreenda melhor os conteúdos, perceba detalhes e inicie a fixação,
tudo de forma natural.
Veja
outras dicas para evitar
as distrações durante os estudos.
5º PASSO: Como não esquecer o que já foi estudado
Quando o candidato chega ao fim de uma matéria – lembrando que sugerimos o estudo de todas as disciplinas do grupo, de forma paralela – deve voltar ao início sucessivas vezes, até a aprovação. Essa repetição levará à memorização definitiva dos conteúdos.
Quando o candidato chega ao fim de uma matéria – lembrando que sugerimos o estudo de todas as disciplinas do grupo, de forma paralela – deve voltar ao início sucessivas vezes, até a aprovação. Essa repetição levará à memorização definitiva dos conteúdos.
Mas,
a cada retorno o procedimento deve ser modificado, a fim de manter o interesse
e aprofundar o conhecimento. Assim, se na primeira vez o candidato apenas leu a
teoria e fez exercícios didáticos de cada ponto, na segunda vez poderá repetir
o procedimento anterior (teoria + exercícios) acrescentando a elaboração de
fichas-resumo.
Essa
é a etapa mais trabalhosa do estudo, mas é essencial, porque além de permitir a
organização das informações já conhecidas, produz material valioso para
revisões futuras.
6º PASSO: Como preparar o material para revisões
Depois que o candidato já tem alguma noção do conteúdo da disciplina, é possível sublinhar as informações mais importantes e, a partir daí, preparar fichas-resumo. A idéia é criar quadros, esquemas e itens que permitam ao candidato lembrar com facilidade a teoria estudada. Exceções e casos especiais devem ser ressaltados, bem como detalhes importantes, que ajudem na solução das questões de prova.
Depois que o candidato já tem alguma noção do conteúdo da disciplina, é possível sublinhar as informações mais importantes e, a partir daí, preparar fichas-resumo. A idéia é criar quadros, esquemas e itens que permitam ao candidato lembrar com facilidade a teoria estudada. Exceções e casos especiais devem ser ressaltados, bem como detalhes importantes, que ajudem na solução das questões de prova.
Todas
as fichas devem ter o título da matéria e ser numeradas. Cada ficha deve ter o
subtítulo do assunto. As informações devem ser colocadas de forma organizada,
privilegiando o aspecto visual. O uso de cores diferentes é interessante, para
ressaltar informações similares, mas é importante não poluir demais. Por
exemplo: conteúdo básico em azul, exceções em vermelho, detalhes complementares
a lápis. É prudente deixar espaço para inclusões futuras de novas informações,
como veremos no “7º Passo”.
Vale lembrar que a proposta
da ficha-resumo é bem diferente dos tradicionais resumos. Não se utilizam
textos corridos, pontuações nem palavras que não sejam essenciais ao
entendimento. A função da ficha é ajudar o candidato a lembrar informações que ele
já conhece e, para isso, bastam palavras-chave.
7º PASSO: Como saber se é preciso aprofundar mais nos
estudos
Muitas vezes o candidato acha que sabe bem toda a teoria, mas sofre uma decepção quando vai fazer a prova do seu concurso. Isso porque não verificou o nível de profundidade exigido e não se preparou adequadamente.
Muitas vezes o candidato acha que sabe bem toda a teoria, mas sofre uma decepção quando vai fazer a prova do seu concurso. Isso porque não verificou o nível de profundidade exigido e não se preparou adequadamente.
A
melhor forma de aferir se a abrangência e profundidade do estudo está
suficiente é conhecer provas de concursos já realizados, para o mesmo nível de
escolaridade e, se possível, para a mesma área de concurso.
De
nada adianta utilizar provas muito antigas, porque é notória a diferença entre
concursos muito antigos e os atuais em relação ao nível de complexidade das
questões. Assim, o melhor é trabalhar questões de concursos realizados há até
dios anos ou, no máximo, três.
Importante
também estar atento a gabaritos que possam estar desatualizados, em razão de
alterações nas disciplinas. Informática e legislação, por exemplo, sofrem
constantes modificações, e há outras matérias que passaram por modificações
pontuais, como auditoria e contabilidade.
O
candidato já pode iniciar a resolução de algumas provas anteriores na segunda
etapa de estudo, mas a prioridade naquele momento é a preparação das fichas.
8º PASSO: O que fazer para não esquecer o conteúdo que já
você estudou
A partir do momento em que uma disciplina estiver totalmente fichada, vai passar para a fase de manutenção - que continua até a aprovação -, para que o conhecimento adquirido não seja perdido.
A partir do momento em que uma disciplina estiver totalmente fichada, vai passar para a fase de manutenção - que continua até a aprovação -, para que o conhecimento adquirido não seja perdido.
Independentemente
de como estejam outras matérias, no período de estudo da matéria já fichada o
candidato deve, uma vez por mês, revisar todas as fichas. A partir daí, em
todos os períodos seguintes destinados àquela disciplina, vai resolver provas
anteriores e, desta vez, sem consulta. Após a conferência do gabarito,
retornará às fichas para reler o assunto de cada questão. Caso as informações
da ficha estejam incompletas, será necessário buscar mais uma vez a teoria no
material de apoio (livros e anotações de aula) e incluir na ficha. Assim se
garante que tudo o que já foi visto sobre aquela disciplina estará anotado e
organizado num mesmo lugar.
Além
disso, todo o conteúdo da matéria passa por revisões mensais completas e
revisões pontuais a partir das provas. Dessa forma, os assuntos que costumam
ser mais cobrados serão, naturalmente, mais revisados.
9º PASSO: Como incluir novas matérias no plano de estudos
Sabemos que a preparação para concursos públicos envolve um número razoável de matérias. Iniciar o estudo pelo grupo de disciplinas básicas permite que o candidato dedique mais tempo a poucas matérias e aumente rapidamente o seu conhecimento em relação àquele grupo.
Sabemos que a preparação para concursos públicos envolve um número razoável de matérias. Iniciar o estudo pelo grupo de disciplinas básicas permite que o candidato dedique mais tempo a poucas matérias e aumente rapidamente o seu conhecimento em relação àquele grupo.
Posteriormente,
poderá reduzir um pouco o tempo dedicado ao grupo inicial a fim de liberar
horas de estudo para, gradativamente, incluir outras disciplinas, sem abandonar
as primeiras. Esse procedimento é sucessivo, de modo que o candidato vai
passando algumas disciplinas para a fase de manutenção e acrescentando novas,
até ter condições de estudar todo o conjunto necessário, que pode chegar a até
20 matérias, simultaneamente.
10º PASSO: Observe os pontos fracos e corrija a
estratégia
Qualquer projeto de médio/longo prazo exige ajustes de estratégia durante o percurso e não seria diferente na preparação para concurso público. Tal providência deve ser adotada durante todo o tempo. A cada mês o candidato deve traçar novas metas, e preparar novo quadro de horários, com base na observação de seu desempenho no mês anterior.
Qualquer projeto de médio/longo prazo exige ajustes de estratégia durante o percurso e não seria diferente na preparação para concurso público. Tal providência deve ser adotada durante todo o tempo. A cada mês o candidato deve traçar novas metas, e preparar novo quadro de horários, com base na observação de seu desempenho no mês anterior.
Nesse
aspecto, reprovações – tão comuns no caminho dos concurseiros – não devem ser
vistas como fracassos, mas também devem funcionar como uma oportunidade para o
candidato rever suas estratégias e ajustar a preparação. Afinal, depois de
conquistada a vaga, ninguém mais se lembrará de quantas batalhas foram
travadas; apenas da vitória final!
O Direito Revisto – Jul/13
Publicado
originalmente em: G1
Imagem:
Reprodução Google
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