Especialista elaborou programa
que orienta a quem deseja passar em uma seleção
Por Revista Pense Empregos – ZH
Qualquer
que seja o projeto, algumas etapas serão inevitáveis até que se atinja o
objetivo final. Se essa meta for passar em um concurso público, certamente o
candidato irá começar pela fase da decisão, depois a do planejamento. Em algum
momento vai errar e caberá a ele perseverar mesmo quando os resultados não
forem os esperados.
Nesse
processo, há ainda a necessidade de refletir sobre o que está sendo feito no
decorrer do caminho, corrigir a rota, dominar as emoções negativas e se superar
até o final (sem correr o risco de deixar a chance escorregar nos 45 minutos do
segundo tempo).
Para
vencer a ansiedade, o desânimo que surge após alguns resultados ruins e o
bloqueio de seguir em frente, o psicólogo e coach para concursos Flávio Ribeiro
de Paiva elaborou uma metodologia com 10 passos essenciais a serem seguidos por
quem quer se tornar um funcionário público.
"Passar
em um concurso é um projeto grande que exige estratégias complexas. Pela minha
experiência, observo que as pessoas que conseguem passar são aquelas que seguem
o planejamento e não perdem o foco. Outro erro comum é deixar de lado os outros
aspectos da vida, achando que vai conseguir recuperar o tempo perdido mais
tarde", analisa Paiva.
Conciliar
os estudos com os aspectos pessoais, no entanto, exige consciência e
disciplina. De acordo com o psicólogo Fernando Elias José, especialista em
psicoterapia cognitivo comportamental, o segredo é se entregar por inteiro em
cada momento da vida, seja estudando, seja com a família ou no trabalho.
"Se
a pessoa for organizada para dar conta de seus compromissos e souber cumprir uma
agenda, o próximo passo é começar a incluir a família e as atividades de lazer
nesse roteiro. A frequência do estudo deve ser feita a partir de um
planejamento baseado em metas reais e de acordo com o estilo de vida de cada
um. Se a pessoa se organizar para estudar uma hora por dia, por exemplo, deverá
fazer isso todos os dias, pois, dessa maneira, estará educando seu cérebro para
essa rotina de estudos", explica o psicólogo.
Na
avaliação do promotor de Justiça e especialista em concursos públicos, Norberto
Avena, os aprovados costumam ser aqueles que se dedicam mais:
"Geralmente,
quem passa não é nenhum gênio, mas aquele que persevera", conclui
Avena.
Planejamento que leva ao sucesso
Há
cerca de seis anos, o advogado Nelson Edy Rittmann Jr., 32 anos, busca uma vaga
pública. Cansado de ver as oportunidades lhe escaparem, decidiu no ano passado
seguir o planejamento de 10 passos e conseguiu ser aprovado para o cargo de
juiz do Tribunal de Justiça do Estado.
"Depois
que comecei a me orientar por meio dessa metodologia, as coisas passaram a dar
certo para mim. Eu percebi, por exemplo, que de nada adiantava parar a minha
vida para somente me dedicar aos estudos. Foi então que comecei a trabalhar no
Ministério Público Estadual e a organizar melhor meu tempo. Estou me preparando
para assumir no TJ em breve e ainda pretendo prestar o concurso da Defensoria
Pública no ano que vem", conta Nelson.
Estratégias de estudo para a aprovação
Decisão - Muitos candidatos não avaliam cenários, não
buscam alternativas, não entendem que a decisão por uma seleção pública vai
engajá-lo em uma disputa acirrada com outras pessoas altamente preparadas.
Quando a decisão é fraca ou confusa, não há como se manter alinhado a uma meta,
pois ela não existe com clareza.
Planejamento - Pensar em parar de
trabalhar e começar a estudar 12 horas por dia não é um plano. Para traçar um
planejamento viável, se deve avaliar diversos aspectos, como: quanto tempo vou
investir nesse projeto? O que eu já tenho feito para atingir meu objetivo? Como
posso mudar o que está dando errado? O que eu preciso para botar meu o meu
plano em ação?
Erro - O candidato precisa aceitar que ele vai
errar em alguma das etapas da sua preparação. Mas precisa utilizar isso para
avaliar seus padrões de pensamento e comportamento.
Persistência - Muitos ficam pelo
caminho porque não entendem que persistência está mais ligada a estratégias de
ação do que à motivação. Esse interesse é apenas umas das etapas do processo. É
preciso desenvolver estratégias para sair da zona de conforto.
Correção do planejamento - Esse é o meio do
caminho, os outros passos eram os alicerces. Esta é a hora de pisar no chão.
Momento de, a partir de esclarecimentos colhidos nas etapas anteriores,
reorganizar-se. Levando em consideração a sua decisão e os seus erros, aprender
o que fazer para não cair nas antigas armadilhas que o impediam de alcançar
seus objetivos.
Visão de futuro - Esse é o momento em
que o candidato cria a visão do que quer: como quer estudar, como quer se sair
na prova, qual o cargo que pretende alcançar, como deseja que sua vida seja
antes, durante e depois da aprovação. E, assim, reunir os recursos necessários
para transformar essa visão em realidade.
Controle das emoções negativas - Ciente de que os
pensamentos e sentimentos ruins surgirão, é necessário criar técnicas para
superá-los.
Controle da rotina - Nesse passo, o
candidato aprende a ter domínio sobre esses problemas e entende que a vida não
para quando está estudando para um concurso. Está enganado quem pensa que irá
recuperar o tempo perdido.
Concentração e foco - A concentração é
voluntária. Se o candidato não consegue se focar é porque houve falha em um dos
passos.
Pré-aprovação - Muitos relaxam nessa
etapa e acabam perdendo o foco. Avalie se vale a pena se inscrever em outro
concurso só porque o edital foi lançado antes daquela seleção que é seu
objetivo maior, por exemplo.
O Direito Revisto – Set/13
Publicado
originalmente em: Revista Pense Empregos
Imagem: Reprodução Google
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