Órfão de pai e filho de mãe alcoólatra, ele
precisou lutar contra a probreza e o preconceito
Por Notícias R7
Ele
tinha tudo para dar errado. Mas decidiu contrariar os paradigmas de um garoto
pobre, negro e criado em meio à violência, drogas e alcoolismo. Cícero Pereira
Batista tem 33 anos que podem ser triplicados pelas experiências que viveu.
Após tirar literalmente do lixo sua esperança de uma vida melhor, hoje comemora
a conquista do diploma de médico conquistado graças à obstinação, como ele
mesmo define.
Foi
na quadra 20 da QNL, mais conhecida como Chaparral e pelos altos índices de
violência, que o então menino Cícero cresceu. Na época ainda era chamado de
Juca pelos sete dos 20 irmão que conseguiram sobreviver à pobreza.
Quando
tinha apenas três anos, o pai morreu e o futuro que já seria difícil se tornou
pior. A mãe de Cícero encontrou no álcool a fuga para as mazelas da periferia
que tomaram conta de sua casa. O irmão mais velho passou a traficar e usar
drogas. Momentos que marcaram a mente de Juca.
—
Meu pai, antes de morrer, pediu ao meu irmão mais velho que cuidasse de nossa
família, mas ele não suportou. Ele se envolveu com as drogas e passou a usá-las
dentro de casa. Isso aqui era cheio de gente drogada. Eu via meu irmão
cheirando cocaína ao meu lado.
Em
meio ao caos, Cícero buscou meios para sua própria subsistência. E o foi buscar
no lixo o que comer. Entre lágrimas, ele lembra o que precisava fazer para
comer e ajudar a irmã mais nova.
O
Direito Revisto – Jun/14
Publicado
originalmente em: Notícias R7
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