Por Prof. Rogerio Neiva
Sabe aquele desconforto e indisposição que temos ao
estudar determinados assuntos com os quais temos dificuldade ou resistência? Sabe aquela vontade
de sair correndo da frente do livro ou da aula e “jogar tudo para o alto”?
Você tem alguma estratégia para lidar com este fenômeno?
É
disto que trata o presente texto, propondo algumas saídas e estratégias para
superar esta situação.
O
primeiro passo importante passa pela compreensão do que ocorre. E para
tanto, considero de grande importância e utilidade entender o fenômeno a partir
da teoria da aprendizagem desenvolvida pelo grande e emblemático Jean
Piaget. Não é a toa que Piaget foi quem foi, um dos maiores nomes da
história em termos de teorias da aprendizagem.
Para
Piaget a aprendizagem ocorre por meio de um processo que envolve três etapas,
as quais correspondem à Assimilação, Acomodação e Equilibração
(PORTILHO, Evelise. Como se aprende? . Rio de Janeiro: Wak, 2009, pág
41).
A
Assimilação é o primeiro momento de contato com o conteúdo a ser estudado.
E nisto checamos o novo conhecimento com aquilo que temos apropriado. Afinal,
nada vem do nada. Neste momento vem o desequilíbrio, a dificuldade, a
angústia, o desgaste decorrente do esforço intelectual e cognitivo.
No
segundo momento, ou seja, na Acomodação, passamos a dominar o objeto de
conhecimento e se apropriar do conteúdo, o que dá lugar à etapa seguinte,
correspondente à Equilibração.
Daí
podemos entender o que acontece na prática dos estudos. Quando estamos
passando por aquela sensação de dificuldade e angústia, estamos na fase de
Assimilação. E quando conseguimos entender o conteúdo e dominá-lo,
chegamos à Acomodação, que dá lugar à Equilibração. Sabe aquela
sensação de bem estar que temos quando entendemos a matéria? Então, é isto!
Inclusive
esta sensação decorre de interações no plano bioquímico, envolvendo a atuação
de mecanismos dopaminérgicos. Daí porque aprender pode dar prazer!
Porém,
depois teremos outra experiência de Desequilibração, que se confunde com uma
nova etapa de Assimilação, em relação a um novo conteúdo que precisamos dominar.
Ou
seja, este processo é cíclico, dialético e interminável. Graças a Deus!
Sinal de que estamos vivos!
Diante
de todas estas compreensões, o primeiro aspecto importante é entender e
tomar consciência do fenômeno. Quem explica não sou eu, é Piaget! E por
isto digo que a verdade nos liberta, pois permite a tomada de
consciência. Por isto a minha crítica aos “especialistas” em preparação para
concursos (sem especialização) que trabalham fundamentados no achismo ou na
autoajuda de almanaque.
É
bem verdade que também podemos recorrer a outras estratégias, inclusive para minimizar
esta tensão inerente à fase de Assimilação. Daí sugiro a leitura do texto
sobre Como Estudar Matérias Difíceis (cliqueneste link).
Mas
tendo a compreensão do fenômeno, nos momentos de dificuldade e angústia, devemos
lembrar que isto só ocorrerá até superarmos a Assimilação. E que depois,
após a Acomodação, experimentaremos uma prazerosa sensação regada a
neurotransmissores geradores de satisfação.
Sempre
que me vem esta sensação, a qual gera desânimo e resistência, tento seguir
adiante sabendo que isto só ocorre até superar esta etapa.
E
assim devemos seguir em frente e não desistir. Se desistir, estamos nos
privando de passar à etapa seguinte.
Portanto,
boa busca de Equilibração e superação da Assimilação!
O Direito Revisto – Mai/13
Publicado
originalmente em: Blog Prof. Rogerio Neiva
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